Simulação considera o piso salarial de um professor que trabalha na rede estadual há cinco anos
Por Redação
Para atingir o atual teto do funcionalismo público, ou seja, salário mensal de R$ 39,2 mil, um professor de escola pública, que ganha o piso salarial definido pelo MEC (Ministério da Educação) – R$ 2.886,24 por mês – levaria 10.491 anos. A simulação foi feita em uma calculadora criada pelo Centro de Liderança Pública (CLP) e o movimento Unidos Pelo Brasil a partir de microdados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2019 e leva em consideração estimativas usadas por economistas para analisar a evolução salarial dos trabalhadores no país.
A impossibilidade de alcançar os salários mais altos do funcionalismo público escancara uma das injustiças que a AFPESP vem denunciando na campanha contra a reforma administrativa. Saiba mais aqui.
A simulação levou em conta um profissional homem, que vive no estado de São Paulo e trabalha na rede estadual há cinco anos, mas a calculadora permite que qualquer perfil de profissional simule o tempo que levaria para alcançar o salário dos servidores públicos que ganham os maiores salários.
"O primeiro passo é acabar com os privilégios de uma pequena parcela do funcionalismo público não só pela questão fiscal, mas também a moral. Temos no país 25 mil servidores que custam R$ 2,6 bilhões por ano ao país, o que representa somente 0,23% do total dos funcionários públicos do Brasil", afirmou o diretor do CLP, Tadeu Barros, em entrevista à Carla Araújo, publicada no UOL, em 13 de julho de 2021.
Os 25 mil servidores aos quais Barros se referiu constituem uma minoria, ligada aos governos federal, estaduais e municipais, que ganha um supersalário, acima do teto, devido aos “penduricalhos”, como gratificações e benefícios que vão de auxílio para alimentação e creche até viagens, licenças e auxílio-moradia.